Joana Castro e Mafalda Luís de Castro
Duas irmãs e uma mesma paixão: Boo |
Joana Castro e Mafalda Luís de Castro são irmãs, embora só partilhem o último apelido, uma opção profissional já que ambas resolveram enveredar pela carreira de actriz, seguindo uma tradição da família materna. Joana Castro estreou-se no teatro aos 12 anos, na peça Infidelidades, no Teatro Maria Matos, e Mafalda teve o primeiro encontro com as telenovelas em Olhos de Água, tinha então 11 anos. Depois disso, trabalharam as duas em Um Estranho em Casa, série da RTP, e nunca mais pararam. Mafalda entrou em Ana e os Sete e conta com várias participações especiais em filmes e séries. As duas irmãs decidem, então que é chegada a hora de aprofundar a técnica de representação e resolvem estudar teatro na Escola Profissional de Teatro de Cascais, onde ambas se revelam muito boas alunas. Além do laço familiar e do sonho profissional, Joana e Mafalda partilham igualmente a paixão por cães. Em pequenas, tiveram uma cadela, uma rafeira de nome Pipa, para a qual, confessam, nunca ter tido o tempo disponível que desejavam.
Agora, maiores de idade, Joana tem 24 anos e Mafalda 20, conseguiram convencer a mãe e o marido desta a conviverem com um novo inquilino, um Cão de Água Português, Boo, de pouco mais de três meses. Embora, actualmente, esteja muito ocupada com as gravações da nova telenovela juvenil da SIC, Lua Vermelha, que acaba de estrear, da qual é uma das protagonista, Mafalda tenta compensar o pequeno Boo nos momentos em que está em casa. Joana, por seu turno, depois de dois meses em cena com a peça Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos — integrada na companhia do TEC que apresentou o texto de Tom Stoppard no auditório Fernando Lopes Graça, no Parque de Palmela, em Cascais —, dedica-se quase a tempo inteiro ao mais jovem elemento da família. Há muito desejosas de terem um cão em casa, mas sem êxito devido à irredutibilidade da mãe, as duas conseguiram, ao fim de muita pressão, ouvir o sim que há tanto esperavam, mas não antes de cederem a condições várias, entre elas, a de as duas se responsabilizarem e comprometerem a ser uma companhia presente e constante na vida de Boo. Escolhida a raça, conheceram a criadora Catarina Quirino, de Cascais. De entre sete cachorros recém-nascidos, não tardaram a escolher Boo: uma bolinha de pêlo de cor preta, com peito e patinhas brancas. A seu lado, iniciaram uma nova etapa das suas vidas. Porquê um Cão de Água Português? Mafalda Luís de Castro — Porque era a raça de que mais tínhamos gostado e conseguimos um. Sabíamos perfeitamente o que queríamos e fomos também saber as características da raça, e uma das coisas interessantes foi o facto de serem muito fiéis e fáceis de treinar e educar. Joana Castro — Soubemos da existência da criadora, Catarina Quirino, por acaso, e desde o primeiro dia que lá fomos ficámos apaixonadas pela ninhada e por aquela bola de pêlo. Inicialmente, nem era o Boo que íamos escolher mas, depois, ele veio ter connosco e não resistimos. Porquê o n ome Boo? M.L.C. — Fui eu que escolhi, mas o nome não foi nada consensual, e deu trabalho convencer a restante família. Eles não percebem até hoje o porquê. Como é que foi recebido o Boo pela restante família? J.C. — Muito bem. Já estavam todos preparados. Levei a minha mãe e o meu irmão mais novo, Diogo, a conhecer o Boo e foi amor à primeira vista. Só o pudemos levar para casa com quase três meses. Até lá, visitávamo-lo quase todos os dias. M.L.C. — Só o levámos para casa a 26 de Dezembro, mas íamos visitá-lo a Cascais quase todos os dias. No meu caso, só nos intervalos das gravações. Foi um verdadeiro presente de Natal e até passei o fim de ano em casa, para não o deixar sozinho. Quais são as vossas obrigações? J.C. — Agora, passo mais tempo com ele porque tenho disponibilidade. Temos de o passear, escovar, alimentar e limpar os presentes que faz, embora já esteja muito bem-educado a esse nível. Sabe que tem de fazer xixi no jornal e, por escolha própria, utiliza a varanda como casa de banho, o que nos facilita imenso as coisas. De qualquer modo, todos participamos porque ele tem sido muito bonzinho e até a minha mãe o trata como se fosse o mais novo da família, e chama-lhe bebé. M.L.C. — Ao domingo é também visita obrigatória nos almoços em casa dos meus avós. O meu avô sempre teve cães e sempre foi um excelente treinador. Aliás, um dos grandes problemas da minha mãe é exactamente o de saber que jamais conseguirá ensinar este cão como o pai ensinou o Boxer e os Pastores Alemães com que cresceu. As histórias que contam dos seus cães são maravilhosas e, ao que parece, o meu avô era um ás no seu treino. J.C. — Sabemos que nunca vamos conseguir ter um cão tão bem disciplinado como os do meu avô, pois ele dedicava- lhes muito tempo e ensinou-os a comportarem-se, quer em família, quer como cães de guarda. “Queremos que o Boo viva feliz com toda a família”
Como tem sido o Boo como cachorro? Muitas asneiras? M.L.C. - Nem por isso mas, de qualquer maneira, tentamos evitar tudo o que seja uma provocação, mas sempre sem alterar a vida de casa. Essa foi uma imposição da minha mãe, com a qual concordámos. J.C. — A minha mãe sempre disse que não queria nem alterar a vida, nem alterar a casa por causa do cão. Por isso, somos obrigadas a estar constantemente de olho nele. Nos primeiros dois dias, dormiu na sua cama, no quarto da minha mãe, como se fosse um bebé e foi ela e o marido que passaram a maior aflição quando, à terceira noite, resolveram que ele tinha de dormir sozinho. Chorou, ganiu mas acabou por se habituar. À segunda noite sozinho, não chorou mais e mesmo quando entramos em casa quando já está a dormir, não faz qualquer alarido e as noites são calmas. M.L.C. — O Boo não tem autorização para entrar nos quartos e, embora isso me custe, porque assim tenho menos tempo para estar com ele, pois quando chego a casa tenho de estudar os textos da novela para o dia seguinte. Porém, percebo que é importante para todos que assim seja. “Só o pudemos levar para casa com quase três meses”
Quais as características de que mais gostam nele? J.C. - É muito brincalhão e recebe-nos sempre com tanta alegria que é impossível não nos derretermos com ele. Além disso, parece um bebé, resmunga, brinca e provoca-nos. É uma alegria numa casa, sem dúvida! M.L.C. — É uma alegria e só assim faz sentido. Quem tem ou quer ter cães tem de perceber que têm de dar vidas felizes aos cães, que têm de dispor de tempo para estar com eles, não são meros bibelôs. J.C. — Acima de tudo, queremos que o Boo viva feliz com toda a família. É o marido da minha mãe que tem chamado a si a educação do Boo e não se tem saído nada mal. Os conselhos do meu avô têm sido muito importantes, pois, a verdade, é que funcionam. O facto de o podermos levar connosco para os almoços e jantares em família é uma bênção. É uma maneira de não ficar sozinho em casa e de se relacionar com os outros elementos da família que lhe acham uma graça. A minha avó tem sempre um osso para lhe dar e é na cozinha, ao lado dela, que ele o rói todo satisfeito. É uma felicidade! |